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Tribunal subestima dados; queda nos casos de Covid é contestável

Desde o início da Pandemia, mesmo em home office, 316 servidores do Poder Judiciário de Santa Catarina contraíram o coronavírus. Este dado, apesar de temos solicitado uma ferramenta de atualização constante, foi divulgada ao público apenas na última palavra do Presidente em 16/09. Os 316 positivos somado a morte da nossa colega de Lages não sensibilizou a Administração, que baseada em dados subnotificados tenta justificar uma falsa segurança e anunciou o retorno gradual para esta quarta-feira (23/09).

Mesmo após 6 meses de pandemia e inúmeras cobranças da nossa parte, os fóruns não foram adequados de maneira satisfatória para o retorno. As placas de acrílico (ainda em fase de licitação), serão instaladas somente nas salas de audiência. E o restante do fórum fica como?

Além disso, antes mesmo do retorno acontecer, vários são os relatos que chegam sobre a insuficiência de mascaras, álcool gel e de termômetros. Em Blumenau, por exemplo, há apenas um termômetro para aferir todos que ingressarem no prédio. Não custa lembrar que nenhum dos quase 3 mil servidores que vão retornar ao presencial esta semana foi testado. Reivindicamos isso, mas o diálogo não está sendo efetivo.

O Tribunal teve tempo suficiente para, minimamente, adequar os locais de trabalho para receber os servidores. Não o fez, no entanto, fala da alta produtividade daqueles que estarão expostos. Não seria o momento de demonstrar a valorização dos servidores, que tanto se empenham para exercer suas atividades, apesar das condições não ideais?

Os dados de que os casos de covid vem diminuindo no Estado são e devem ser contestados, por três fatores: alta subnotificação no Estado (Santa Catarina é o 5º Estado que menos testa), seguidas mudanças por partes do Governo e das prefeituras na forma de contagem e erros na forma de divulgação dos dados.

Aqui trazemos alguns exemplos de que é bem possível fazer estes questionamentos: 

Prefeitura estima que Joinville tenha 10 vezes mais casos de Covid-19 do que mostram as estatísticas oficiais

Pesquisadores apontam para possível subnotificação de casos de Covid-19 em Florianópolis

Mortes por síndrome respiratória indicam subnotificação da Covid-19 em Santa Catarina

Chapecó e Joinville admitem subnotificação de casos de Covid-19

Erro em site da prefeitura causa aumento de 1.000 casos ativos de covid-19 em Florianópolis

SC tem mais 32,8 mil casos de Covid-19 confirmados após falha em sistema ser identificada pelo governo

Após detecção de falha no sistema estadual, boletim aponta 177,7 mil casos de coronavírus em SC

No auge da pandemia, governo retrocede na transparência dos casos de coronavírus

Subnotificação é obstáculo para a eficiência das ações regionais de combate à Covid-19 em SC

Artigo aponta que a subnotificação no Estado pode chegar a 300%

Após erro, Covidômetro atualiza dados sobre Covid-19 em Florianópolis

Além dessas reportagens acima, que por si só trazem o tamanho da problema ao se basear apenas nos Dados do Governo e Prefeituras, fizemos uma entrevista com o professor e coordenador do Núcleo de Estudos de Economia Catarinense (Necat) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Lauro Mattei, que desde o início da pandemia, é um dos responsáveis por monitorar a pandemia de Covid-19 no Estado e publicar semanalmente boletins pelo Núcleo.

Mattei foi taxativo ao afirmar que não é hora de relaxar as medidas de isolamento e, que entre vários fatores, o Tribunal também erra em retornar presencialmente em escala linear, sem considerar as situações distintas nas regiões do Estado. Segundo ele, há locais que ainda não atingiram o pico da contaminação.

“Tá faltando muita seriedade nas administrações públicas, tanto do Governo do Estado, como das prefeituras, em relação à situação real da doença. Não se sabe, porque ou é muita subnotificação ou muito erro”, alerta Matte. Para o professor, isso configura um duplo problema: ausência de confiabilidade nas informações técnicas e o caráter político das tomadas de decisões baseadas em salvar, primeiro, a economia. 

Usamos esses dados para contestar os divulgados pelo Tribunal de Justiça na justificativa do retorno gradual.  Não há segurança pra voltar, não há protocolo seguro, não há condições nos fóruns. Voltar com 30% dos servidores, significa colocar cerca de 3 mil servidores circulando por todas regiões do Estado, sem nenhum tipo de monitoramento e testagem. Quem será responsável por essas vidas?

O QUE VAMOS FAZER!

Estamos criando uma forma de orientar os servidores para os casos em que não há condições de realizar o trabalho presencial, seja pela formação de filas, seja pela falta de estrutura física dos fóruns e no TJSC. Alertamos, desde já, que a criatividade de montar estruturas improvisadas não compete aos servidores nas comarcas. A responsabilidade por isso é do TJSC.

Não recomendamos que os servidores assumam responsabilidade que não é sua, como, por exemplo, fazer estruturas de cano de pvc para atendimento ao público.

Não havendo segurança para prestar tal serviço, este deve ser suspenso, priorizando a vida e a saúde as pessoas que estão atendendo e sendo atendidas.

Inclusive, esta semana, quinta-feira (24/09), faremos uma Live especial para debater sobre o retorno.

Ademais, nos próximos dias vamos retomar os diálogos com a base para acompanhar a situação e conscientizar da preocupação do retorno gradual, com o objetivo de construir formação. Nos encontros também será oportunizada a eleição de Representantes de Base.

Leia nossos dois editorias sobre o retorno gradual:

Parte 1

Parte 2

Um comentário

  1. Apenas sou contra o uso de máscaras nos Fóruns, já é mais que sabido de todos que elas causam efeitos adversos como tontura, sufocamento, além de aumentar a colônia de outros vírus e bactérias na própria máscara, nos trazendo outras doenças! Vi algumas pessoas com herpes na boca por decorrência do seu uso contínuo!

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