Desde o início da pandemia, 316 servidores do judiciário catarinense testaram positivo para covid-19. Entre os três tribunais do Sul, Santa Catarina detém o maior número de casos, seguido do TJRS (122) e TJPR (79). Os dados do TJSC foram divulgados no dia 16/09, durante o programa “Palavra do Presidente”, ou seja, antes do retorno gradual presencial que teve início na quarta-feira (23/09).
Trazemos esses números como alerta de que ainda estamos em pandemia e que ela não está controlada. Agrega-se a isso o fato dos fóruns do Estado não estão preparados para receber os servidores que voltaram: não há EPIs suficientes, não foram feitas mudanças estruturais para atendimento seguro, não há trabalhadores suficientes para realizar adequada higienização, muito menos a testagem de quem voltou.
Há seis meses, questionamos o Tribunal sobre a ausência de condições sanitárias e estruturais, mas passado todo esse período, mais uma vez, fica evidente quais as prioridades da Administração do Tribunal.
O último boletim da pandemia do Núcleo de Estudos de Economia Catarinense (Necat) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), divulgado no dia 21/09, mostra que que 01/09 a 17/09, foram registradas aproximadamente 1.480 casos de corona por dia. Ainda não temos cenários de comemoração.
Segundo o coordenador do Núcleo, professor Lauro Mattei, o dado significa que o nível de contágio da população catarinense ainda continua num ritmo acelerado, muito embora em algumas microrregiões já está sendo observada uma desaceleração da curva de contágio.
“O mais preocupante é que no mesmo período o número de óbitos cresceu em um ritmo muito maior, uma vez que foram registradas mais 349 mortes, indicando a continuidade de um número elevado de mortes ao dia”, frisa Mattei.
Vale lembrar que o Tribunal determinou a reabertura de todos os Fóruns sem considerar as regiões com graus elevados de contágio. O professor reforça a importância da análise do comportamento nas 20 microrregiões do estado, que são bem distintas.
“Enquanto em algumas delas está em curso um processo de desaceleração do ritmo de contágio, em outras o processo de contaminação ainda se encontra em ascensão, sobretudo naquelas microrregiões que têm menor peso no cômputo geral dos casos oficialmente registrados. Esse cenário bastante díspare entre microrregiões indica que no âmbito estadual as medidas de controle da contaminação ainda não podem ser relaxadas, especialmente naqueles municípios que possuem graus elevados de contágio”, explica Mattei. Para o pesquisador, decisões baseadas em política linear para o Estado todo sem mecanismo de controle, corroboram à potencialização da doença.
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Estamos acompanhando o retorno gradual em todo o Estado e a partir dessa semana iniciaremos as reuniões virtuais para dialogar com os servidores sobre a situação em cada fórum e eleger os Representante de Base. Faremos reuniões com Indaial e Guaropaba.