TJSC destoa no Sul

A administração do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) destoou no Sul do Brasil no dia greve geral contra as reformas da previdência, trabalhista e terceirização irrestrita. Enquanto no Paraná e no Rio Grande do Sul os tribunais declararam a última sexta-feira como ponto facultativo, o TJSC solicitou que magistrados encaminhassem a lista de grevistas ao setor de Recursos Humanos para “providências cabíveis”.

A decisão da administração do Tribunal de Justiça também demonstra insensibilidade em um momento em que os trabalhadores lutam por seus direitos, em consonância com mais de 70% da população, conforme pesquisa Datafolha. Esse afastamento e falta de compreensão da realidade das pessoas vai ao encontro das declarações do corregedor-geral do Conselho Nacional de Justiça, ministro João Otávio Medeiros.

Em um encontro nacional realizado em Porto Alegre, o corregedor-geral falou sobre as dificuldades observadas nos tribunais devido ao que classifica como “terceirização das decisões”. De acordo com ele, os juízes devem estar presentes todos os dias na comarca e ficar envolvidos em questões gerenciais das mais simples às mais complexas. “Essa falta de comprometimento começa na formação dos magistrados, que é deficiente. Hoje o juiz não sai mais da Vara para saber dos problemas da sua comunidade, não conversa mais com seus colegas. Não temos mais este profissional que entende a magistratura como um sacerdócio”, analisou.

Enquanto parcelas importantes da sociedade se levantam em defesa dos trabalhadores, como também aconteceu com a Igreja Católica, em que quase 100 bispos da CNBB convocaram para a greve geral do dia 28 de abril, a administração do TJSC faz de conta que nada tem a ver com a reforma trabalhista e da previdência, ou mesmo com a lei da terceirização ilimitada, e que nenhum magistrado ou desembargador sofrerá os efeitos danosos que virão com essas mudanças.

Os trabalhadores do judiciário catarinense continuam mobilizados na defesa de seus direitos e indicam que o melhor caminho neste momento é a luta de todos os cidadãos para impedir a destruição de uma proteção trabalhista mínima duramente alcançados durante décadas, e o fim do direito a uma aposentadoria justa.

Veja aqui matéria com o corregedor-geral João Otávio Medeiros

Veja aqui a matérias da Igreja Católica

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