O saldo de plantão judicial lançados no sistema de histórico funcional dos (as) trabalhadores (as) e magistrados (as) de Santa Catarina tem mais de cem mil dias. A Diretoria de Gestão de Pessoas afirma que o custo para quitar desta dívida (apenas dos anos de 2015, 2016 e 2017) é de R$ 26.995.900,00. Pela falta de pessoal nas comarcas, o Tribunal de Justiça não consegue conceder folgas e zerar a dívida com trabalhadores (as).
Os dados apresentados acima são em resposta ao Ofício 08/2018 do Comitê Orçamentário de Gestão de Pessoas e de Atenção Prioritária ao Primeiro Grau de Jurisdição (COAPPG). O documento mostra que há 21.885 dias de saldo de folgas para os (as) magistrados (as), enquanto para os trabalhadores o saldo é de 80.611 dias. A remuneração média para cada dia de magistrado seria de aproximadamente R$ 971,61, enquanto aos trabalhadores o valor fica bem abaixo, em R$ 299,33.
A venda do saldo do plantão judicial só ocorre porque o judiciário catarinense tem centenas de vagas de concurso para serem preenchidas. A falta de pessoas não atende a sociedade em todas as suas demandas, impede o descanso e as folgas, e provoca adoecimento.
O Sindicato propôs ao Poder Judiciário a valorização de todos (as) trabalhadores (as), através do debate e implementação do PCS. Diante da negativa, e do cenário específico das folgas não gozadas, está na hora da aprovação da venda dos saldos, contratar mais pessoal e condição de trabalho mais digna.