*Natalia Paris
Evento terá início dia 20 de outubro e vai até 24 de novembro com encontros virtuais todas as quartas-feiras, às 18h30. Para fazer sua inscrição, clique aqui.
Sob o título “A pandemia e o mundo do trabalho: tecnologias e trabalho”, o seminário será realizado na próxima quarta-feira, dia 20 de outubro, às 18h30, em ambiente virtual. Ele abre o ciclo de seminários “Futuro do Trabalho: Perspectivas Latino- americanas”, realizado pelo Laboratório de Sociologia do Trabalho (Lastro), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Trabalho Público e Sindicalismo (Fazendo Escola), do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina (SINJUSC). O ciclo terá seis seminários até 24 de novembro, todos as quartas-feiras no mesmo horário.
A conferência de estreia tem como foco central o uso das tecnologias no ambiente do trabalho durante a pandemia. Temas como o teletrabalho, a plataformização, o home office, o desemprego e a precarização das condições de trabalho serão abordados no encontro, que terá como mediador Emanuel Dall Bello, dirigente do Sindicato dos Servidores da Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (Sindjusrs) e vice-diretor do Fazendo Escola.
Os assuntos serão apresentados pelos conferencistas Carlos Salas Páez e Laura Cymbalista. Carlos Salas é doutor em Economia e docente na Universidade Nacional Autónoma de México. Ele desenvolve pesquisas sobre economia do trabalho, com ênfase no emprego em microunidades, precarização, relações salariais e condições de trabalho no México.
Já Laura Cymbalista é professora, coordenadora pedagógica em escola da Rede Municipal de Ensino de São Paulo e representante do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem).
De acordo com Laura, a pandemia trouxe uma série de questões a serem enfrentadas pelas escolas, entre elas às relacionadas ao ensino remoto emergencial. Ela diz que apesar do esforço dos profissionais da Rede Municipal de Ensino de São Paulo para manter a presença da escola na vida dos alunos durante o isolamento social por meio do uso de tecnologias, como podcasts, redes sociais e aplicativos de mensagens, as ações não foram efetivas, já que há altos índices de exclusão digital no país – muitos alunos não têm acesso à internet e a computadores. Segundo Cymbalista, os governos federal, estadual e municipal agiram tardiamente na solução do problema.
“Aqui na prefeitura de São Paulo, nossos educandos receberam tabletes em junho deste ano. Muito tempo depois (do início da pandemia). (Tivemos que) lidar com a falta de acesso e a falta de familiaridade também”. Ela disse ainda que houve um aprofundamento da precarização no trabalho dos professores.
“No trabalho remoto, as fronteiras do que é a casa e o que é o trabalho na escola acabam se diluindo muito e a gente entra em uma rotina de exploração – de toda hora é hora de responder, de ser cobrado e ter que estar de prontidão em todo momento… E este ano, com o retorno das aulas presenciais junto com o remoto, esse processo de exploração se multiplicou por dois, porque é preciso fazer um trabalho de naturezas distintas – dar conta dos alunos que estão no ensino remoto e dos que estão no ensino presencial, sendo que a gente tem uma estrutura em que faltam profissionais”, completou.
Após o seminário, os interessados em aprofundar os assuntos poderão participar de um debate em ambiente virtual. O link será divulgado durante o encontro, que terá acesso público e gratuito por tempo indeterminado e será transmitido pelos canais do YouTube “Fazendo Escola” e do “Laboratório de Sociologia do Trabalho/UFSC.
O ciclo de seminários “O futuro do trabalho: perspectivas latino-americanas” conta, também, com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário Federal no Estado de Santa Catarina (Sintrajusc) e Sindicato dos Servidores da Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (Sindjusrs). Para ver a programação completa, acesse aqui.
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