A “Síndrome de Burnout”, é caracterizada por sensação de esgotamento, cinismo ou sentimentos negativos e eficácia profissional reduzida. O estresse crônico no trabalho foi oficialmente incluído na classificação internacional de doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS), que passará a valer em 2022. Para explicar o assunto, o SINJUSC convidou o psicólogo clínico e do trabalho, Mateus Graoske. Confira o artigo:
|SÍNDROME DE BURNOUT|
Significa o esgotamento físico e mental de um sujeito. A total perda de energia psicológica para realizar o trabalho afetando também toda a vida social de uma pessoa. A Síndrome de Burnout é o resultado de uma atividade estressante de longo período e está intimamente ligada aos fatores de estresse e frustração no trabalho concomitante à sobrecarga de trabalho, o não reconhecimento institucional pelo trabalho desenvolvido, a falta de valorização, as condições precárias para realização de um trabalho de qualidade e os desvios de função.
Alguns sinais:
- Cinismo: o trabalhador/a se sente inútil e acha que seu trabalho não contribui para os objetivos valorizados pela empresa ou instituição, porém, sente uma incapacidade de expressar seus sentimentos e de falar com colegas.
- Exaustão: se sente deprimido, cansado e com bastante dificuldade de se concentrar e focar no seu trabalho, não é capaz de perceber a importância de suas atividades profissionais e se sente incompetente resultando na negligência com o trabalho. Sente um esgotamento de energia para realização de suas tarefas.
- Prejudicado socialmente: sem recursos psicológicos para resolver seus problemas e fuga das interações interpessoais. Isolamento, perda de vontade de ir ao trabalho e de conversar com colegas acarretando em absenteísmo (faltas) e atrasos. Desmotivado evita projetos, o que acaba resultando em frustração com o próprio trabalho e falta de confiança nos colegas de trabalho.
- Sentimentos disfuncionais: pessimismo, perda de atenção hábitos não saudáveis como cigarro, bebidas alcoólicas e sedentarismo.
- Insônia: começa com episódios de 1 a 2 vezes por semana até se tornar um problema diário. Resultado de uma preocupação excessiva com o trabalho ou o ambiente de trabalho. Não consegue se desligar do trabalho mesmo que este tenha se tornado uma fonte de sofrimento. Se torna agressivo e isolado.
Causas e “o que fazer?”
A síndrome de burnout teve um aumento vertiginoso de incidências devido o aumento dos ambientes hostis de trabalho. A forte cobrança por metas e qualidade de trabalho, a individualização do trabalhador fez com que a pressão sobre as pessoas aumentasse gerando grande desgaste físico e mental.
É preciso reconhecer o problema, identificar a fonte – se é o trabalho que demanda muito ou se também há uma forte auto cobrança do trabalhador, que está frustrado muitas vezes por não ter as devidas condições materiais para a realização de seu trabalho ou está em desvio de função exercendo atividades que não estão em compatibilidade com suas atribuições. Buscar tanto a ajuda profissional de médico ou psicólogo como a organização coletiva para tornar o local de trabalho um ambiente saudável.
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