SINJUSC estuda denunciar plantão regionalizado na OIT

No próximo dia 16 de maio, a diretoria do SINJUSC tem reunião com representantes regionais da Internacional do Serviço Público (ISP), em São Paulo, para verificar a possibilidade de denunciar o descumprimento de convenções ratificadas pelo Brasil junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT) por causa das 175 horas ininterruptas trabalhadas durante o plantão regionalizado no judiciário catarinense.

O Sindicato já protocolou quase uma dezena de documentos demonstrando os prejuízos causados pela regionalização à saúde física, mental e financeira dos(as) plantonistas, mas mesmo assim a administração do TJSC não encaminha a criação de mesa paritária de diálogo para encontrar uma solução para o tema conforme solicitado pela categoria.

A ausência de remuneração pelo plantão, o fato das folgas não compensarem as horas trabalhadas e a falta do cômputo das horas noturnas são questões que somadas ao cansaço imposto por uma jornada que se inicia às 12h de quarta e só termina às 19h da quarta seguinte, fizeram a diretoria do SINJUSC considerar a formalização da denúncia no organismo internacional.

De acordo com a diretora do SINJUSC, Cristiane Müller, “questões recorrentes nos relatos que a gente recebe são a privação do sono por dias seguidos e o estresse gerado pela sobrecarga de demandas que precisam ser encaminhadas imediatamente. Essa combinação está gerando problemas psicológicos e mesmo físicos, pois temos o caso de um plantonista que teve erupções na pele causadas pela mistura de estresse e cansaço”.

MESA PARITÁRIA SOBRE PLANTÃO NA PAUTA DA DATA-BASE 2023

A mesa paritária sobre o plantão regionalizado está entre as ítens do Eixo Saúde e Organização do Trabalho da pauta aprovada pela categoria para a Campanha Salarial 2023 do SINJUSC  junto com provimento de cargos, redução da jornada de trabalho, regulamentação do trabalho não presencial, direito ao desligamento, retorno ao trabalho presencial e suspensão de PAD em casos de afastamento por saúde.

Leia também: Passivo com Plantão pode chegar a 37 milhões só em 2023

8 comentários

  1. Tiro no pé total. Não adianta querer posar de bonzinho em foto com a Administração e por trás pretender uma aberração dessa. Se essa denúncia mesmo acontecer, esqueçam que iremos ganhar algum benefício do TJ tão cedo..

    • Anderson, não se trata de “posar de bonzinho”, o diálogo é sempre a primeira opção do SINJUSC que tem uma boa relação com a atual administração do TJSC. Além disso, o Sindicato está escondendo nada, portanto, não estamos fazendo algo “por trás”. Tudo que a entidade faz é anunciado publicamente. Aliás, antes de pensar em denunciar o plantão de 175 horas ininterruptas de trabalho na OIT, a diretoria do SINJUSC está procurando a administração há anos para resolver o problema de um plantão que está deixando a categoria doente, que não remunera, não computa o adicional noturno e sequer compensa as horas trabalhadas com folgas.

    • Infelizmente tem algumas pessoas que apenas se preocupam em receber mais, achando que vão durar para sempre, não importando a qualidade de vida, não se importando com seus direitos. Parabéns ao Sinjusc pela iniciativa

  2. Concordo com o Anderson. Não sejam radicais, tão deixando se influenciar por quem? Jogo de cintura gente,

    • Obrigado pelo comentário Vilmar, mas perceba que, por hora, o Sinjusc “estuda a possibilidade” de levar a questão à OIT, mas a diretoria do Sindicato continua aberta ao diálogo para resolver o problema de maneira que a denúncia não seja mais necessária.

  3. Se esse é o único caminho que o TJ deixa trilhar… o negócio é pegar essa rota!
    Não podemos dormir de olhos bem fechados esperando sermos recompensados.
    Essa história de que menino malcriado jamais é recompensado é historinha de ninar! Nenhuma conquista vem sem luta!
    Servidores que não apoiam provavelmente não estão na lista para pegar o maldito celular do plantão…

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