Por Mateus Graoske Mendes
Em 2012, cerca de 800 mil pessoas morreram por suicídio no mundo todo, o que corresponde a taxas ajustadas para a idade de 11,4 por 100 mil habitantes por ano – 15,0 para homens e 8,0 para mulheres (OMS, 2014). A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio e a cada 3 segundos uma pessoa atenta contra a própria vida segundo o Conselho Federal de Medicina em 2014. A cada ano o número de mortes por suicídio supera o número de mortes por homicídios e guerras combinados!
Entre 2007 e 2016 foram registrados no sistema de informações sobre mortalidade(SIM) 106.374 óbitos, a taxa chegou a 5,8 mortes por 100 mil. O levantamento aponta que a intoxicação exógena é o meio utilizado por mais da metade das tentativas de suicídio notificadas no país. Fonte: Ministério da saúde.
Em 2017, o número registrado foi cinco vezes maior do que 2007, saiu de 7.735 para 36.279 notificações. O Sudeste concentrou quase metade (49%) das notificações seguido da região Sul, que concentra cerca de 25%. O Norte foi o que teve os menores índices, em torno de 2%. Fonte: Ministério da saúde.
No atual contexto de pandemia causada pelo novo Coronavírus, o isolamento social pode gerar diversos tipos de transtornos psicológicos como ansiedade e depressão. A atual crise política e econômica que nosso país atravessa, deixa suas marcas também, e principalmente naqueles que enfrentam situações de desemprego e pobreza. Estado e dos governos precisam dar a máxima proteção social à vida de toda população, e, fortalecer as políticas públicas em saúde mental, nesse momento, são fundamentais para reduzir o número de suicídios no país.
A OMS reconhece o suicídio como uma prioridade de saúde pública. O primeiro relatório sobre suicídio no mundo da OMS “Prevenção do suicídio: um imperativo global”, publicado em 2014, tem como objetivo conscientizar sobre a importância do suicídio e das tentativas de suicídio para a saúde pública e fazer da prevenção uma alta prioridade na agenda global de saúde pública. O documento também incentiva e apoia os países a desenvolverem ou reforçarem estratégias de prevenção ao suicídio em uma abordagem de saúde pública multisetorial.
A Organização Mundial de Saúde junto com a Organização Pan-Americana da Saúde tem como meta até 2030, reduzir em um terço a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis via prevenção e tratamento, e promover a saúde mental e o bem-estar. De acordo com ambas Organizações, o suicídio é uma questão complexa e, por isso, os esforços de prevenção necessitam de coordenação e colaboração entre os múltiplos setores da sociedade, incluindo saúde, educação, trabalho, agricultura, negócios, justiça, lei, defesa, política e mídia. Esses esforços devem ser abrangentes e integrados, pois apenas uma abordagem não é capaz de dar conta de um tema tão complexo como é o suicídio.
Onde buscar ajuda?
- Emergências: SAMU ligue 192; Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs); emergências de hospitais gerais e/ou emergência de hospital psiquiátrico
- Centro de Valorização da Vida – CVV (disque 188) – ligação gratuita. Site: www.cvv.org.br
- Unidades Básicas de Saúde.
- Consultas com psicólogos e/ou médicos psiquiatras.
Mateus Graoske é psicólogo (CRP 12/12266) e assessor do SINJUSC!