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Setembro Amarelo| Suicídio no Poder Judiciário

Por Mateus Graoske Mendes

No atual contexto de pandemia causada pelo novo Coronavírus, o isolamento social pode gerar diversos tipos de transtornos psicológicos como ansiedade e depressão. A atual crise política e econômica que nosso país atravessa, deixa suas marcas também, e principalmente naqueles que enfrentam situações de desemprego e pobreza.  Estado e dos governos precisam dar a máxima proteção social à vida de toda população, e, fortalecer as políticas públicas em saúde mental, nesse momento, são fundamentais para reduzir o número de suicídios no país.

Em setembro de 2019, no 2° Seminário Nacional Sobre a Saúde dos Magistrados e Servidores do Poder Judiciário, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Corregedoria Geral de Justiça do Estado do Piauí apontou que estresse, depressão, estafa e outras doenças têm afetado magistrados e servidores do Judiciário em todo Brasil. O resultado são casos crescentes de suicídio. “Nos últimos anos, tivemos no âmbito do nosso Judiciário, o suicídio de magistrado e servidores, por isso é imperioso um trabalho da direção do nosso Tribunal de Justiça na busca de soluções de prevenção e tratamento para essas doenças, a fim de evitarmos o adoecimento e o sofrimento dentro do ambiente de trabalho, melhorando a qualidade de vida dos nossos servidores e magistrados”, destacou o juiz auxiliar Luiz de Moura Correia.

Suicídios podem ser evitados. Há diversas medidas que podem ser tomadas junto à população para prevenir o suicídio e suas tentativas, como:

  • Fortalecimento do SUS e das Redes de Atenção Psicossociais.
  • Redução de acesso aos meios letais utilizados (pesticidas, armas de fogo e medicações controladas);
  • Introdução de políticas para reduzir o uso nocivo do álcool e outras drogas;
  • Identificação precoce, tratamento e cuidados de pessoas com transtornos mentais ou por uso de substâncias, dores crônicas e estresse emocional agudo;
  • Acompanhamento de pessoas que tentaram suicídio e prestação de apoio.

Sinais de alerta:

  • Anedonia – Perda da capacidade de sentir prazer.
  • Visão negativa de futuro e desesperança com a vida.
  • Palavras e expressões sobre ideias suicidas.
  • Isolamento social.
  • Perda afetiva recente.
  • Vítima de humilhações, preconceitos e sofrimento no trabalho.

É falso o mito do “quem quer se matar não avisa”. Estudos clínicos atuais demonstram justamente o contrário. Tentativas prévias são sinais de alerta para suicídio.

Como ajudar?

  • Ofereça uma escuta livre de preconceitos e julgamentos.
  • Mostre apoio, escuta e solidariedade.
  • Não banalize nem menospreze os sentimentos da pessoa.
  • Incentive a pessoa buscar ajuda profissional com médicos psiquiatras e psicólogos.
  • Se perceber risco iminente de suicídio ligue para o SAMU 192 e não deixe a pessoa desacompanhada.
  • Chame um familiar de confiança da pessoa em crise.

Onde buscar ajuda?

  • Emergências: SAMU ligue 192; Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs); emergências de hospitais gerais e/ou emergência de hospital psiquiátrico
  • Centro de Valorização da Vida – CVV (disque 188) – ligação gratuita. Site: www.cvv.org.br
  • Unidades Básicas de Saúde.
  • Consultas com psicólogos e/ou médicos psiquiatras.

IMPORTANTE: Sempre busque ajuda de profissionais capacitados e devidamente cadastrados em seus Conselhos de Classe (Conselho Regional de Medicina ou Conselho Regional de Psicologia). Não acredite em “curas milagrosas”, “óleos e florais”, “mentalizações” ou quaisquer Teorias da mente aplicadas por pessoas sem graduação e especialização em saúde mental. A ciência salva vidas! Saúde mental não é brincadeira!

Mateus Graoske é psicólogo (CRP 12/12266) e assessor do SINJUSC!

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