Há quatros anos consecutivos os trabalhadores do judiciário catarinense manifestam insatisfação com a política de saúde oferecida pelo tribunal. A desvalorização medida por meio de uma Pesquisa Anual de Satisfação, realizada via questionário pelo Tribunal, mostra que o propósito do trabalho não está surtindo efeito: “fomentar ações de melhorias”.
Há anos, o SINJUSC denuncia o descaso do Tribunal com a saúde do trabalhador e pede mudanças. Recentemente foi reivindicada a criação de uma Comissão Interna de Saúde e Segurança dos Trabalhadores (CISS). O pedido, apesar de sublinhar custo zero de implementação, continua na gaveta.
Com parte dos dados tabulados neste ano de 2017, o Tribunal publicou nota reportando o honrado índice de 67,81% de “satisfação”. Com perguntas genéricas e a análise de apenas parte das respostas, o Tribunal escolhe as informações que lhe convém e força os trabalhadores a jogar o “Jogo do Contente”. Neste jogo, mesmo sendo tratados como substrato de orçamento, os trabalhadores ainda devem agradecer com “otimismo” e se mostrar satisfeito com as migalhas.
Apesar do TJ confessar, ao final da matéria, que os piores índices são sucessivos e relacionados à saúde e valorização, não age para atenua-los, assim como em 2016, 2015 e 2014. Se há pelo menos quatros anos, os trabalhadores demonstram insatisfação, não se deve ignorar o problema, mas enfrentá-lo com uma política real e justa de valorização e de saúde.
O que falta é vontade de olhar a quem está no alicerce da atividade laboral; de quem tem um dos piores salários do País dentro do contexto do judiciário estadual, ainda que seja líder em produtividade; de quem está adoecendo pelo acúmulo de função/trabalho; de quem se afasta de suas funções para tratar transtornos psicólogos (depressão, estresse grave e transtornos de adaptação) por sofrem assédio moral; portanto, observar e atender quem tanto precisa de ações preventivas de saúde.
Para o SINJUSC, humanizar as pesquisas com diálogos diretos nos locais de trabalho e voz ao Sindicato nesse processo é um dos caminhos para mudar o método de apuração e, consequentemente, o desenvolvimento de ações de melhoria. O SINJUSC reitera a necessidade de Comissão paritária para tratar da saúde dos trabalhadores e se coloca à disposição para ajudar e ser protagonista desta mudança.
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