Na segunda quinzena do último mês de agosto, o SINJUSC lançou a Pesquisa de Saúde e Qualidade de Vida dos(as) Aposentados(as). Com esta pesquisa o SINJUSC agora tem em mãos um diagnóstico aprofundado sobre a realidade de uma boa parcela dos(as) trabalhadores(as) aposentados(as).
A análise de todos os dados terminou no dia 14. Tivemos uma amostragem importante, num universo de 1100 filiados aposentados, 249 responderam a pesquisa. Sabemos que muitos deles não têm acesso às interações virtuais, portanto o número de respostas nos surpreendeu.
Dentro de todas as participações um dos primeiros dados que chama atenção e que o sindicato luta para que isso não aconteça, é o fato que 82,1% responderem que no momento da aposentadoria tiveram perdas na remuneração, contra apenas 17,9% que disseram que não tiveram perdas. Isso reflete em outro dado, 61,1% disseram ter apenas sua renda como sustento familiar, enquanto 38,9% disseram quem têm outras atividades. Para manter o padrão de vida, 50,8% dos aposentados dizem ter empréstimos consignados contratados, contra 49,2% que não tem.
Impressiona o número de casos de aposentados que desenvolveram doenças durante a vida profissional do judiciário, são 65,9% que disseram conviver atualmente com doenças relacionadas ao trabalho. Doenças em sua maioria do sistema osteomuscular (de atividades sedentárias e repetitivas). 72,6% dos participantes da pesquisa disseram sofrer ainda com as sequelas referentes a transtornos de ansiedade, depressão e hipertensão, entre outras complicações mentais e psíquicas.
São os gastos com a saúde que pesam no orçamento de 64,1% dos aposentados, que gastam até um salário mínimo (R$ 1.054) com remédios, consultas e exames. o Restante gasta ainda mais que dois salários mínimos.
Outro dado relevante diz respeito à qualidade de vida após a aposentadoria, pois, 61,5% disse que melhorou. Isso reflete no que o SINJUSC sempre aborda, que o trabalho no judiciário adoece, deprecia a saúde mental e psicológica.
Temos em mãos um material riquíssimo, que pretendemos a partir dele alinhar com mais precisão as atividades e bandeiras de luta junto aos aposentados. Importante destacar este resultado da pesquisa com os servidores da ativa, pois serão eles os aposentados de amanhã. Se os dados impressionam negativamente, então, junte-se ao sindicato e vamos discutir novos rumos.
Pesquisa nasceu no NAP
A pesquisa surgiu através de interações entre aposentados filiados e não-filiados, no Núcleo de Aposentados e Pensionistas (NAP). “Nas conversas sempre havia a fala de que colegas não participavam das atividades do sindicato, ou por falta de recursos ou pela saúde debilitada”, destaca Rosaleine Soares, diretora do NAP. Diante dessa realidade o SINJUSC arregaçou as mangas junto com o Núcleo e organizou essa pesquisa para entender a realidade pós-aposentadoria.
Com esta pesquisa o NAP, através do SINJUSC, formalizará uma carta dos aposentados ao TJSC, mostrando a real necessidade de olhar àqueles que já contribuíram com um dos judiciários mais eficiente do país.
O NAP segue em busca do auxílio médico-social equiparado ao auxílio-alimentação dos ativos; auxílio-saúde condizente às realidades de custas dos aposentados e a reposição inflacionária.
Clique aqui e acesso a pesquisa completa.
Realmente, essa pesquisa surpreende. Pessoas que dedicaram os melhores anos de sua vida ao trabalho em prol da nação brasileira, agora veem a recompensa disso: assistência mínima. Esses são os verdadeiros patriotas.
E o que a pátria devolve ao final?
Ah, a pátria!
“À Pátria tudo se deve dar, sem nada exigir em troca, nem mesmo compreensão”.
A única destinatária dessa frase famosa é a classe trabalhadora, pois a classe dos proprietários e patrões nem sabe o que é pátria. Aliás, querem vender tudo que nela há, sem nem perguntar o preço. Mas se dizem patriotas. Talvez sejam, só não se sabe a que pátria se referem.
Sem comentar que os aposentados sem paridade, como é meu caso, não tiveram reajuste desde 2017. È verdade que se trata de uma ninharia, mas que no acumulado faz diferença.