”Pedágio” estreia no cinema do SINJUSC e promove debate sobre afeto, sobrecarga e sexualidade

Nesta quarta-feira (13/11), o Fazendo Escola exibiu o filme brasileiro “Pedágio”, na sala de cinema do SINJUSC. A exibição é a penúltima do ano e contou com a presença da comunidade, de lideranças sindicais, políticas, de movimentos sociais e da magistratura. Precarização do trabalho, sobrecarga da mulher, orientação sexual e afeto foram os temas debatidos ao final da sessão.

A narrativa de “Pedágio” explora a história de uma mãe solo – Suellen (Maeve Jinkings) – que trabalha como cobradora em um pedágio e vive uma vida precarizada e, inconformada com a orientação sexual do filho Tiquinho (Kauan Alvarenga), aceita conselhos no trabalho e decide levar o filho a terapias de “cura gay”. Acreditando que pode “salvar” Tiquinho, Suellen se envolve em um esquema criminoso pra juntar dinheiro.

Presente na sessão, a professora do curso de serviço social da UFSC e sindicalista, Edivane de Jesus, parabenizou o SINJUSC por promover filmes que fogem da produção hollywoodiana. A docente também falou sobre as mudanças no movimento sindical.

“As dificuldades que encontramos de organização fazem parte da própria estrutura do sistema, porque temos um processo de individualização da vida, de forma exacerbada. Estamos mais voltados pra nós, do que para o coletivo. É preciso repensar isso”, frisou.

Entre os espectadores, estava o Desembargador Substituto do TJSC, João Marcos Buch, que fez questão de ficar até o final e participar do debate.

“Mesmo depois que ela sai da prisão, que é um ambiente embrutecedor, ainda existe afeto entre mãe e filho. Penso que de certa forma, o amor entre eles ajudou a superar as dificuldades da família, mesmo naquele ambiente vulnerabilizado”, pontou.

FAZENDO ESCOLA RECOMENDA|
A curadoria do Fazendo Escola prioriza produções brasileiras que sublinhem a temática do trabalho, da saúde do trabalhador e da coletividade. As narrativas Brasileiras estão no rol de festivais e premiações internacionais pelo mundo todo. Não foi diferente como “Pédagio”, que ganhou melhor filme no Festival de Cinema de Roma 2023 e foi o grande vencedor do prêmio Otelo 2024.

Outro filme brasileiro que caminha lado a lado com grandes produções mundiais e está na corrida do Oscar 2025 pela Academia Brasileira de Cinema é: “Ainda Estou aqui’, Walter Salles. O filme com Fernanda Torres e Fernanda Montenegro está em cartaz nos cinemas desde o dia 7 de novembro, tem levantado o debate sobre a importância da memória e da justiça no contexto pós-ditadura

PROJETO COLETIVO|

O Sobre Viver é um projeto do Fazendo Escola e dos sindicatos filiados, SindjudPE, Sindjus/RS, SindijusPR, do Simpe/SC e Sintrajusc, em parceria com o Laboratório de Sociologia do Trabalho da UFSC (Lastro).

AGENDA|
A última sessão do ano ocorre em 04 de dezembro, com o filme “Mais pesado é céu”, de Petrus Cariry. A entrada é gratuita e aberta à comunidade.

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