Para o TJ, o café é gourmet, e o trabalhador, de quinta

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) suspendeu, não se sabe até quando, a abertura da licitação para a compra de café gourmet, no valor de mais de R$ 1 milhão, segundo matéria apresentada pela RBS (NSC) TV ao meio-dia desta quarta-feira. A compra seria efetivada nesta quinta-feira. Para pagar tanto pelo café, bastou a administração do TJ lançar um edital. Já para quitar o que deve aos trabalhadores são necessárias diversas reuniões e muita mobilização. Para o TJ, só o café é gourmet. E o trabalhador é de quinta categoria! Com certeza a matéria apresentada ao meio-dia desta quarta-feira terá outras repercussões, por conta da tamanha gastança com o cafezinho e a poupança com os servidores.

A jornalista que conduziu a matéria informou que o TJSC pagaria cerca de R$ 35,00 o quilo de café. No site da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), três tipos de café são considerados muito apropriados em questão de qualidade. Dentre eles o gourmet, que é comparado a vinhos raros. Veja como a Associação apresenta este tipo de café: Cafés Gourmets – Café excelente, exclusivo e de alta qualidade, com sabor e aroma mais suaves  por causa da seleção dos grãos e de torra controlada. Também é possível perceber notas frutais, achocolatadas, e de nozes. São comparáveis aos vinhos mais finos, os grand cru, mais raros e exclusivos, finos e de alta qualidade. Se quisesse alguma coisa menos rara, apontou a matéria da RBS (NSC) TV, o Poder Judiciário poderia economizar mais de R$ 800 mil no cafezinho, e pagar melhor seus trabalhadores. 

A administração do Poder Judiciário catarinense se negou a dar entrevista sobre a licitação. O canal de TV abordou a questão entrevistando uma dona de casa, que paga R$ 7,00 o quilo do café, e também, para provar que um órgão público pode comprar café mais barato, a jornalista mostrou outras duas licitações, uma do Rio Grande do Sul, e outra do Ministério Público de Santa Catarina, que pagam menos pelo café do que pretendia pagar o TJSC. A questão, sempre que se trata do PJSC, é olhar a prioridade com que gasta seus recursos, e com quem. Agora é com o café, enquanto os trabalhadores aguardam seus pagamentos com a xícara, ou melhor, com o pires na mão!

 Veja o que diz a Abic sobre os cafés, acesse aqui.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *