Ellen Pereira, CNNJ e Secretária-geral do SINJUSC com Carolina Rodrigues Costa, presidenta do SINJUSC, e Ingrid Sateré Mawé.

O quilombo foi o primeiro sindicato do Brasil

O diretor do SINJUSC, Samuel Santos Silva, entre Paulo Galo e Sully Santos.

Na abertura do 2° Encontro de Negras e Negros do Judiciário Catarinense, na sexta, dia 23 de novembro, o convidado Paulo Galo, liderança dos entregadores de aplicativos em São Paulo, disse que “não tem como falar de sindicato, sem falar da primeira experiência de organização de trabalhadores no Brasil que é Palmares”.

Na visão do motoboy, o sindicalismo não deve se limitar a apoiar a luta do movimento negro pela igualdade racial, pois a luta sindical deve caminhar junto da luta antirracista. Sem a luta do povo preto, sem a resistência à escravização, sem os “aquilombamentos”, os sindicatos não teriam a força que têm hoje na sociedade brasileira.

Além do aquilombamento, o tema do Encontro também foi inspirado em Conceição Evaristo, quando ela afirma que “a nossa escrevivência não pode ser lida como histórias para ‘ninar os da casa grande’ e sim para incomodá-los em seus sonos injustos”.

Nesse sentido, a candomblecista, auxiliar de serviços gerais e estudante de ciências políticas, Sully Santos, trouxe a questão da ancestralidade e do saber passado por gerações através da convivência com a mãe, a avó e a bisavó no Morro da Conceição, Região Metropolitana do Recife, onde mora até hoje.

Mesmo consciente do racismo estrutural e da violência que o racismo engendra na sociedade, Sully trouxe uma mensagem de esperança e otimismo ao valorizar a forma como o povo preto enxerga o mundo a partir de um lugar de resistência, mas também de pertencimento e felicidade.

“Quando a gente lembra da onde a gente vem, a gente tem muita certeza de porque está ali. Porque a gente não está ali só, né? Eu estou aqui, mas tenho várias outras mulheres que não tiveram a mesma oportunidade que eu e eu estou aqui por elas e isso é muito gratificante, por que eu não me sinto só” – disse Sully.

SEGUNDA PARTE DO ENCONTRO FOI REALIZADA NO QUILOMBO VIDAL MARTINS

A segunda parte do Encontro aconteceu no sábado, dia 25 de novembro, no Quilombo Vidal Martins, no bairro do Rio Vermelho, em Florianópolis, onde foram debatidas a importância de uma educação pública, emancipadora e antirracista, além da necessidade de mudar a forma preconceituosa com que a Justiça geralmente trata negras e negros.

De acordo com Ellen Pereira, Secretária-geral do SINJUSC que faz parte do Coletivo de Negras e Negros do Judiciário Catarinense, o Encontro cumpriu o papel a que se destina ao “evidenciar os saberes ancestrais e as formas de resistência e de luta que nos permitem vislumbrar práticas societárias antirracistas, as quais, passam necessariamente por uma nova educação”.

CLIQUE AQUI para acessar as fotos do Encontro.

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