Reafirmamos nosso posicionamento: retorno presencial só quando os cenários macros indicarem declínio de contágio e mortes, além de percentual mínimo de leitos nos hospitais. O Tribunal planeja retomar o atendimento presencial a partir de 3 de agosto e até agora, conforme alertamos sistematicamente em Lives, matérias, reuniões virtuais, regionais, nenhum protocolo institucional adequado de biossegurança foi apresentado. Por enquanto, está a cargo da “criatividade de cada fórum”.
Enquanto se exime da responsabilidade, a administração se baseia na taxa estadual de ocupação em leitos de UTI e afirma que ela dever ser inferior a 80%. No entanto, os dados estaduais, que são preocupantes e estão altos, são inferiores a média das grandes cidades. Por exemplo, enquanto a ocupação média em Santa Catarina está em 67,6%, Florianópolis atingiu 97% de ocupação de UTIs; mais da metade é por leitos de coronavírus. Os Hospitais Caridade e SOS Cárdio, na capital, não têm mais leitos. O prefeito do município, Gean Loureiro, declarou que a cidade está perto de colapso.
Mesma situação em Joinville que atingiu 100% de ocupação de leitos. Por lá, o Hospital São José atingiu a capacidade máxima de internação e novos pacientes deverão ser levados a outros hospitais. Em Blumenau, mesmo com novos leitos, a ocupação de UTI para Covid-19 ultrapassou a metade do disponível e os números seguem aumentando. O prefeito do município, Mário Hildebrandt anunciou possibilidade de ‘lockdown’ caso situação do coronavírus se agrave.
Mesmo com cenário estadual abaixo das cidades citadas, Santa Catarina atingiu a taxa mais alta de ocupação de UTIs desde o início da pandemia, sendo que nem chegou ao pico de transmissão. A somar, o Estado de Santa Catarina Santa Catarina tem a terceira maior taxa de contágio por coronavírus no país e curva em ascensão. NÃO É HORA DE VOLTAR.
Com 60% ou 80% de leitos ocupados, a regra de retorno não deve ser medida somente por isso. Não há declínio prolongado na curva de contágio e, portanto, NÃO HÁ SEGURANÇA PARA VOLTAR!
Além disso, na contramão das recomendações sanitárias, diversos gestores municipais e o próprio Governo do Estado seguem flexibilizando as medidas de isolamento e vários são os exemplos de desrespeito da população, o que coopera à sobrecarga na saúde. Reflexo são as próprias autoridades que testaram positivo. Até agora, pelo menos 10 prefeitos catarinenses contraíram a doença durante a pandemia: Palhoça, Bombinhas, São João Batista, Canelinha, Braço do Norte, Salete, Lages, Balneário Camboriú, Lindoia do Sul, Joinville (vice-prefeito). Além do governador Carlos Moisés e o Presidente da República.
Para agravar a situação, os vírus respiratórios têm volume acentuado justamente no período que estamos (final de junho até meados de agosto), como gripes e resfriados que aumentam no inverno e podem levar a internações hospitalares e sobrecarregar ainda mais o sistema público de saúde.
É preciso que a Administração do Tribunal debata, efetivamente, com a categoria quais os cenários viáveis que poderão justificar ou orientar o retorno presencial. Passados quatros meses de quarentena, o TJSC ainda não fez isso.
Pela vida dos servidores e da população, NÃO TEMOS CONDIÇÕES DE VOLTAR!
Sem condições de retorno presencial com UTI s lotadas e escolas fechadas. Supervisão de crianca e coisa séria nao permite improviso, negligência!
Impressionante a onda de histeria que tomou conta das pessoas, uma insanidade coletiva. Quem tiver condições e disposto a voltar que volte.