O governo Bolsonaro acha que trabalhadores públicos devem ter reajuste de salário conforme o aperto em um botão verde, amarelo ou vermelho. Quanto mais apertos no botão verde, pode ser que o salário suba. A sinaleira que fará o trabalhador merecer ajuste salarial será apertada por quem usa o serviço público.
A ideia de colocar esse jogo de botões coloridos, tal qual uma sinaleira de rua, está na cabeça do ministro da Economia, Paulo Guedes, e foi verbalizada em entrevista e virou notícia aqui. Leia. Você poderá achar uma piada o jeito como a história se desenrola e como um banqueiro da iniciativa privada vê uma forma de avaliar o desempenho de quem trabalha no serviço público.
O Ministro parece ter pouco conhecimento sobre como funcionam as coisas. Tanto que só fala dessa meritocracia a partir do voto-sinaleira a partir do usuário direto. Quer dizer, seriam avaliados atendentes, uma vez que toda a estrutura do serviço público que não aparece para o público terá voto zero. O reajuste salarial também será zero?
Se ao menos fizesse um exercício simples, qualquer ministro – e nem precisa tanto – percebe que essa ideia não pega. O conceito de serviço público no judiciário no Brasil, por exemplo, é de que é lento e não faz justiça, e que todos os seus integrantes ganham altos salários e são marajás.
Alguém acredita que na hora de apertar um botão da sinaleira que Guedes quer instalar para avaliar os/as trabalhadores/as, um usuário, uma pessoa comum, saberá distinguir o que lhe enfiaram na cabeça durante anos daquilo que efetivamente lhe foi oferecido como serviço?
Por enquanto, o ministro fala em relação àqueles que trabalham no Executivo. Mas sabe como é. Ideias mirabolantes sempre encontram algum eco em todos os cantos. Imagine uma coisa dessas no judiciário. Se a atual avaliação por desempenho já recebe muitas críticas porque impede a participação coletiva do local de trabalho e dá toda responsabilidade a chefias e contém elementos subjetivos (Veja mais aqui).
O Sindicato propõe ampliar a avaliação que existe no Tribunal de Justiça. E discorda frontalmente do devaneio do Ministro da Economia.
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