Neste terceira edição do SINJUSC +, trazemos a entrevista com a servidora, assistentes social, lotada em Lages, Ana Maria Coelho Vieira, que há 15 anos confecciona mandalas. Confira:
Quando o artesanato entrou na sua vida?
O artesanato em variadas formas veio em forma de pequenos objetos até restauração de móveis.
Como é o seu processo criativo? Como é o processo de criação de suas peças e coleções?
Confeccionar uma mandala é um processo intuitivo, não há regra a ser seguida, assim como o tamanho, a escolha de cores.
Como começou?
Comecei mandalas, ou quadros estilizados, decorativos, onde eram usados espelhos. Fazia os moldes conforme acreditava que ficassem bem e mandava cortar. O produto final agradava muito as pessoas. Fiquei um bom tempo confeccionando. Cheguei a receber uma grande encomenda para o exterior, mas embora bem acondicionadas, a falta de cuidados em aeroportos e outros meios de transporte, várias delas chegaram quebradas. Pediram-me para “bolar” outro modelo, sem o uso de espelhos. Então, veio a ideia de pintar mandalas com pequenos pontos coloridos em um desenho. Posteriormente descobri que tal técnica usada se chamava “pontilhismo”, atualmente bem conhecida e difundida, qual caiu no gosto das pessoas.
Atualmente são as que mais faço, embora receba encomendas de mandalas espelhadas. Tenho meu próprio atelier na minha casa, nele algumas mandalas prontas, além de ter também mandalas em loja de Produtos Esotéricos da minha cidade.
De onde nasceu a vontade?
Da necessidade de ter uma terapia, já que o trabalho do Serviço Social é pesado. Nós, enquanto profissionais, precisamos de algo que nos ajude a nos manter bem emocionalmente. Encontrei o que precisava em terapias alternativas, com Reiki, Feng Chui, e na pintura de mandalas.
Qual sua inspiração?
Além de ser beneficiada emocionalmente a cada mandala que faço, sei que ela também trará benefícios a quem adquiri-la. Fazer o bem é inspirador. A mandala leva paz, amor, cura e harmoniza qualquer ambiente. Sou apaixonada por mandalas, daí a inspiração.
Aos interessados, como adquirir suas peças?
Já fiz algumas exposições, inclusive no Salão de Atos da Assembléia Legislativa de Lages. São úteis estas exposições porque as pessoas conhecem o trabalho. E tem minha página no Facebook.
Qual é a importância do artesanato? Na Cultura, Economia e Valorização local?
O artesanato é a linguagem visual de um indivíduo ou grupo em uma sociedade. É através dele que desvendamos a cultura e a sensibilidade do artista popular. Possibilita o conhecimento manual e sociocultural através dos materiais em que o artesão trabalha.
Alguns dão continuidade à tradição familiar, enquanto outros proporcionam momentos terapêuticos e transformam a sensibilidade de quem os produz. O artesanato é uma forma de expressão sensível, pois dialoga com culturas.
A forma como isso a beneficia?
Mantendo minha saúde emocional.
Toda arte tem política?
No meu ponto de vista, sim. Pois tudo o que fazemos e que nos permeia são atos políticos. Ao levantar-se e tomar o seu café da manhã, você está fazendo política. Pois, em sua mesa entra a economia. Tudo o que vivenciamos é política. A Arte é manifestação, é expressão e por fim um ato político, seja explícito ou não.
Como você analisa a iniciativa do SINJUSC de se engajar no fomento à educação, diversidade, cultura?
Excelente, me orgulho muito desse sindicato, tenho colegas e amigas (os) fantásticas(os) empenhados (as), comprometidos(as) e sinto enorme orgulho do trabalho que vêm desempenhando. Meu carinho tem ainda outra razão, participei da primeira greve do Judiciário, e ali nasceu o embrião da formação de um sindicato, pois não tínhamos representantes da categoria. Nasceu tímido mas se transformou em um sindicato do qual, como já falei, me orgulho de ser filiada e que me representa muito bem, porque é inovador.
Parabéns, Ana Maria, pela beleza do seu trabalho artístico !
Parabéns ao Sinjusc por mostrar nossos colegas de um jeito além do seu mister.
Orgulho da colega assistente social, orgulho de ser Sinjusc !