De acordo com a pesquisa realizada pelo SINJUSC, 93,3% dos plantonistas responderam que trabalham mais de 14 horas durante os finais de semana, 80% extrapolam 18 horas e 53,3% superam 24 horas de trabalho juntando sábado e domingo. Mas isso não quer dizer descanso nas horas restantes, pois é preciso estar sempre atento à possível chegada de novas ocorrências.
Apesar de sábado e domingo serem os dias mais “pesados” do plantão, quando chega o final de semana plantonistas já acumularam 60 horas ininterruptas, não necessariamente trabalhadas, mas sob a tensão do sobreaviso. Como já reportado aqui no site do SINJUSC, as ligações e mensagens de WhatsApp podem passar de 200 em uma semana de plantão e acontecem a qualquer hora do dia ou da noite.
SOBRECARGA E DESGASTE EMOCIONAL, UMA COMBINAÇÃO PERIGOSA
Mas para além dos números, existe a questão da saúde das trabalhadoras e dos trabalhadores do judiciário. Plantonistas acumulam uma dose extra de desgaste emocional no atendimento de familiares de presos em busca de informação, lidando com casos de violência doméstica e infância, além de parentes enlutados.
De acordo com o Vice-presidente do SINJUSC, Neto Puerta, “durante as 175 horas de trabalho ou sobreaviso ininterruptos, plantonistas não têm sequer tempo de assimilar o desgaste emocional gerado pelo atendimento de situações graves. O afastamento da própria família e a impossibilidade de frequentar compromissos pessoais para, por exemplo, encontrar amigos, deixa os colegas desamparados e psicologicamente fragilizados. Tudo isso somado ao cansaço gerado pela sobrecarga é uma combinação perigosa que pode gerar erros irremediáveis”.
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