Juiz titular da Vara de Execuções Penais de Joinville, formador da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados e membro da Associação Juízes para a Democracia, João Marcos Buch é contra a reforma da previdência e contra todas as reformas propostas pelo governo Temer por um motivo muito simples de ser dito e difícil de ser ouvido pelo tal ‘mercado’: “O projeto de governo que se está implementando no Brasil não foi escolhido pelos brasileiros, não passou pelo crivo das urnas”.
O ponto destacado pelo magistrado catarinense para se posicionar contra todas as modificações realizadas a partir da destituição de Dilma Roussef, eleita presidenta da República pela maioria dos eleitores e com base em um projeto de governo, atinge em cheio a democracia e a promessa da política, de atuar em favor do povo a partir de propostas confrontadas em uma eleição. O projeto de Temer não é o projeto de Dilma. Para o juiz João Marcos Buch, “o debate que deve ser feito é sobre a legitimidade do que está acontecendo em nosso País”.
Autor dos livros O Novo Regime da Prisão Cautelar a Partir da Lei n. 12.403/2011 e Execução Penal e Dignidade da Pessoa Humana, Encontre-me no Café em Paris (romance), Crônicas Relatos Vivências, Diário de Bordo de um Juiz das Causas Humanas, Retroceder Jamais e do livro Juiz de Si, Juiz do Mundo: a esperança persiste, João Marcos Buch crê que se a resistência popular à Lei do Teto (Emenda Constitucional 95/2016), à reforma trabalhista (Lei 13.467/2017) e outras modificações constitucionais ou não realizadas pelo atual governo federal surtiram pouco efeito no Congresso Nacional, com a reforma da Previdência poderá ser diferente. Mesmo que os parlamentares não votem a reforma previdenciária em fevereiro, porém, alerta o Sindicato, é preciso estar atento e forte para barrar mais este retrocesso.
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