Segundo pesquisa de metrificação das demandas realizada pelo SINJUSC, o plantão judicial é, na prática, gerenciado pelas trabalhadoras e pelos trabalhadores do judiciário catarinense, pois apenas 10% das atividades são analisadas pelos magistrados.
Outro dado evidenciado pela pesquisa foi a falta de preparação, 77% respondeu que não recebeu treinamento adequado para desempenhar funções com as quais jamais teve a oportunidade de se familiarizar antes de trabalhar como plantonista.
Ainda de acordo com a metrificação, a maioria dos plantonistas (72%) relatou que passa pelo menos metade do tempo realizando atividades extraprocessuais. São mais de 50 funções diferentes que envolvem dezenas de sistemas e contato com outras instituições como o Ministério Público, presídios, advogados das partes, polícia, hospitais, conselho tutelar e etc.
Para piorar, inexiste qualquer tipo de protocolo ou organização desse contato com as outras instituições, seja por meio de listas de telefone com responsáveis ou escala dos plantões dos outros órgãos. Muitas vezes a solução acaba sendo o plantonista do judiciário assumir funções que deveriam ser desempenhadas por outras entidades.
Os relatos mostram ainda que ligações e mensagens por WhatsApp podem chegar a mais de duzentas em uma semana de plantão. “Foram 52 ligações entre os dias 30/06 à noite e 03/07 pela manhã. Mensagens, não consegui contar, estamos com 2 números diferentes, um da comarca e um do plantão regional” – exemplificou um dos plantonistas que respondeu ao questionário online.