Entre os dias 7 e 9 de setembro, as diretoras, Ângela Daltoé Tregnago e Cristiane Müller, e o psicólogo do SINJUSC, Mateus Graoske, participaram do 6º Fórum de Direitos Humanos e Saúde Mental no Rio de Janeiro. O evento organizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme) fez um balanço negativo dos últimos anos e apontou retrocessos nas políticas públicas de saúde mental.
Outra questão abordada no Fórum foi a descriminalização do uso de drogas como um passo importante tanto para tratar o assunto como uma questão de saúde pública como para promover os direitos humanos de populações estigmatizadas como, por exemplo, as comunidades negras e pobres.
Para Mateus, “um exemplo de retrocesso nesses últimos 6 anos, pelo menos, foi a retomada das internações. O Brasil estava avançando na política antimanicomial e derrubando preconceitos contra as pessoas que sofrem de algum transtorno mental. Aquilo que demoramos décadas para conquistar por meio da reforma psiquiátrica, retrocedeu rapidamente em pouco mais de meia década”.
TROCA DE EXPERIÊNCIAS FORTALECE POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL DO SINJUSC
Além de contribuir na discussão, a participação das diretoras e do psicólogo do SINJUSC no evento serve para oxigenar as ideias e fortalecer princípios na construção de políticas de saúde mental implementadas pelo SINJUSC, mas também pelo próprio Tribunal.
Na opinião de Cristiane Müller, “um dos pontos interessantes do debate foi a questão do processo de patologização, que transforma em problemas individuais o sofrimento resultante de questões estruturais: culpabiliza o próprio sujeito pelo sofrimento e isenta de responsabilidade o coletivo, as organizações”.
Outro ponto destacado no evento, que frequentemente acompanha a chamada “patologização”, é a medicalização. De acordo com Ângela, “é preciso estar atento a quem sempre lucrou com essa forma de pensar a saúde. Ao invés de garantir uma qualidade de vida que necessariamente passa por um ambiente salubre de trabalho, o neoliberalismo explora a classe trabalhadora até o esgotamento e depois lucra com a venda de remédios para aliviar o mal que o próprio capitalismo criou”.