Entrevista com Collaço (1): “tem muita gente no cartório e pouca no gabinete”

O SINJUSC participou ontem da entrevista coletiva que o presidente do TJSC, Rodrigo Collaço, concedeu à imprensa catarinense e direcionou perguntas sobre e-proc, concurso público e aumento da carga de trabalho. O material será publicado em partes separadas para melhor compreensão.

E-proc

A estrutura humana da justiça federal é o dobro da estadual. Numa vara cível federal da capital existem 15 servidores efetivos para aproximadamente 4 mil processos. Verificamos isso in loco há pouco tempo (veja aqui).

Perguntado pelo SINJUSC sobre esta diferença, o presidente do Tribunal de Justiça afirmou que existem muitas pessoas no cartório e poucas no gabinete. Na realidade, a falta de pessoal nas comarcas é gritante, basta entrar nos cartórios. Recentemente, o Tribunal criou 155 cargos de analistas, mas, ao mesmo tempo, reduziu o quadro de efetivo ao extinguir 250 cargos de técnicos.

Ouça abaixo parte da entrevista:

 

Na entrevista, o próprio presidente reconhece que sequer as vagas dos aposentados estão sendo respostas, alegando não conseguir nomear novos trabalhadores. Disso, surge a indagação: depois de quatro anos de validade do concurso, onde estava a dificuldade para novas nomeações?

Ao que parece, há uma ideia de restruturação da força de trabalho nas varas. No entanto, o Tribunal de Justiça segue planejando sem ouvir os principais afetados por estas medidas: os trabalhadores e trabalhadoras.

Estas mudanças não são necessariamente ruins. A troca para o e-proc também pode ser uma saída interessante, visto que o SAJ estava adoecendo as pessoas, mas as decisões não podem ser verticais. A participação do Sindicato neste processo de restruturação é fundamental. Divergências haverão, mas, certamente, existem pautas comuns que precisam avançar.

Juntos Somos Mais Fortes!

 

4 comentários

  1. O que estão fazendo com a gente é uma grande injustiça. Porque o Tribunal prega tanta justiça?

  2. Não parece, há, sim, uma reestruturação da força de trabalho nas varas. Que precisamos de um sistema mais eficiente com menos custos, não temos a menor dúvida, a sociedade nos cobra isso corretamente. Agora, o que se esta fazendo com uma categoria, e especifico a de Técnico Judiciário, é uma lastima, uma verdadeira desvalorização daqueles que buscaram formação, capacitação, atualização e aperfeiçoamento, agora ouve que não tem mais espaço no judiciário. Nosso conhecimento e experiência não tem valor?

    • Cara Eliane, o conhecimento e a experiência dos Técnicos certamente tem muito valor. Exatamente por isso, o SINJUSC está na luta pela valorização humana e financeira dos Técnicos. Agradecemos pelo comentário e participação.

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