No quinto andar do Hotel Canasvieiras Internacional, pouco antes da abertura do 17º Encontro da Experiência nesta terça, 8 de agosto, Dalmo (83 anos) e Luizinho (75) relembram as outras 16 edições do evento.
Juntos, relatam que já eram aposentados em 2002, quando participaram de uma reunião com a diretoria do SINJUSC no Rio Vermelho, Florianópolis, para construir a proposta do Plano de Cargos e Salários (PCS) que foi aprovado em 2005.
Foi de Dalmo a ideia de embutir a data-base no PCS e de acordo com Luizinho, aquela reunião que contava apenas com diretoria, aposentados e aposentadas, foi o embrião do Encontro da Experiência.
Nos anos seguintes, repetiram a dose, e algum tempo depois, a convenção anual das aposentadas e dos aposentados do judiciário catarinense tomou mais ou menos a forma que tem hoje. Perguntados sobre qual dos Encontros mais marcou, responderam juntos, “todos”.
De acordo com as contas da dupla, de 2004 até aqui só não teve Encontro na pandemia e em 2014, durante uma mudança de gestão do Sindicato.
“Parece que foi ontem que o Pickicus foi me buscar na rodoviária com uma plaquinha escrito SINJUSC. Chegamos no estacionamento e ele tinha um fusca. Perguntei se o Rio Vermelho era longe e se chegaríamos bem” – afirma Dalmo.
“Eu me gabava porque a minha matrícula é 451, mas daí chegou o Dalmo que é 164 e me desbancou” e os companheiros sorriem juntos. “Bom, pelo menos a gente conhece todo mundo aqui” arrematou Luizinho.
REVOGAÇÃO DOS 14%, AUXÍLIO MÉDICO-SOCIAL E AUXÍLIO SAÚDE
“Eles não me querem, na minha idade não tem mais” desabafa Dalmo falando sobre as operadoras de planos de saúde privados. “Mesmo pelo SC Saúde, tem a contrapartida de 30% que eles cobram de uma só vez, nem parcelam. Você faz uma cirurgia e aí quando vem o contracheque não sobra quase nada” reclama Luizinho.
De acordo com ambos, a necessidade dos usuários do SC Saúde passarem a perceber o auxílio-saúde é urgente. Outra questão levantada na conversa foi a equiparação do auxílio médico-social ao alimentação, “uma questão de justiça”, concordam.
Ainda assim, o que parece mais indignar é o confisco dos 14%. “O Iprev é o meu aluguel, o que eu pago hoje ao Iprev é o mesmo que eu pago de aluguel” dispara Dalmo quando o assunto é mencionado. A expressão de Luizinho é de um gosto amargo na boca “eles abrem mão de cobrar impostos e massacram os aposentados”.
Assim como Dalmo e Luizinho, mais de 67 mil aposentados, aposentadas e pensionistas dos serviços públicos de Santa Catarina passam pela mesma situação. Eles estarão juntos novamente às 12h do próximo dia 17 de agosto em frente à Alesc na manifestação pela revogação dos 14%. E você? Onde vai estar?
A emoção toma conta. Luizinho e Dalmo são referência na mobilização dos servidores públicos e de fortalecer as lutas na fase da aposentadoria. Seguimos com eles,pois o caminho q trilharam é por respeito aos que fazem o judiciário andar com excelência e por garantia de direitos para uma aposentadoria com dignidade. Que o TJSC seja tocado por nossos octogenários colegas e equipare o auxílio médico social.
Motivo de orgulho para família e para a sociedade.
O Plano de Cargos e Salários foi aprovado em 2005 e não em 2007. Após as greves de 2004 e 2005 o plano foi aprovado ao final deste último, com início de implementação em janeiro de 2006. Em setembro de 2007 foi concluído o processo de implementação de ganho real de 64,5%.
Obrigado Cláudio, pelos esclarecimentos. Já está corrigido no material. É importante registrar que o erro não foi dos entrevistados que informaram a data correta, mas de apuração do jornalista que confundiu a data da implementação dos 64,5% com a data de aprovação do PCS.
Cinco em cada dez matérias tratam do plantão regionalizado. Outras três abordam a revogação dos 14% dos aposentados.
Não tiro a importância dessas pautas, mas até agora não vi praticamente nenhuma matéria exclusiva para a quebra do limitador. E quando alguma aborda o tema, é um limitadíssimo tópico que nada de relevante informa.
É uma pena, Sinjusc.
Olá Anderson! A pauta de reivindicações aprovada pela categoria é grande, tem mais de 20 itens, todos importantes. Contudo, alguns se revestem de maior urgência, justamente o plantão regionalizado que tem imposto sofrimento e traumas aos colegas todos os dias e a recuperação salarial dos aposentados que são penalizados por perderem direitos em um momento da vida em que deveriam ter a tranquilidade necessária para usufruir daquilo que construíram. Mas fique tranquilo, vai chegar a hora de debater mais a fundo a quebra do limitador!