Emprego vira fumaça no Brasil

A previsão da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de janeiro de 2017 está perto de se concretizar. No começo do ano, a OIT previu que até dezembro de cada três desempregados no mundo um seria brasileiro. Neste 30 de maio, a conta no Brasil chegou a 14 milhões de desempregados. A OIT errou no tempo nas suas previsões.

Em janeiro, informava pelo jornalão Estado de S. Paulo o economista-sênior da OIT Steve Tobin: “As coisas vão piorar no Brasil antes de voltar a melhorar”. Ele e o jornal calculavam: o número de brasileiros sem empregos passará de 12,4 milhões em 2016 para 13,6 milhões em 2017. Para 2018, o número total chegará a 13,8 milhões. Só que não.

Ao fechar o empréstimo de bancos de desenvolvimento, o governo do interino Michel Temer afunda o País com uma rapidez incontrolável. O método clássico do Fundo Monetário Internacional para regular a economia foi testada por décadas. E o único quadro que mais evoluiu durante a sua aplicação foi a redução dos salários dos trabalhadores e o desemprego.

O emprego no Brasil afunda mesmo com todos os indicadores que o governo interino dá ao mercado e só satisfazem ao próprio mercado: as reformas trabalhista e da previdência, a terceirização sem limite, o teto dos gastos a possibilidade de abrir para os bancos privados a aposentadoria complementar dos novos trabalhadores públicos, até agora proibida.

O emprego no Brasil vira fumaça e continuará a desaparecer depois das reformas porque a crise é do sistema e não acontece apenas no Brasil. Disse Airton Santos, da Escola de Ciências do Trabalho do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioecnômicos (Dieese): “O capitalista só investe se houver boas perspectivas de retorno, o que não é o caso da economia brasileira, que deve ficar estagnada em 2017. A ele não interessa se diminui o custo do trabalho, flexibiliza ou precariza o mercado de trabalho, se retira direitos, ou não. Isso não importa. O que importa, de fato, é se existe perspectiva de crescimento econômico, de que o produto que a empresa vai fabricar vai ser vendido.”

 

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