Por Rafael Rovaris, da Comarca de Criciúma
Independente no que vocês acreditam ou o que vocês defendem, o fato é que estamos na mesma situação, seja politizado, despolitizado ou simplesmente avesso às questões políticas.
Essa proposta de nova previdência tem o escopo de nos fazer contribuir por quarenta anos e ter a idade mínima de 65 anos para homens.
Não acho justo eu ser obrigado a contribuir compulsoriamente descontado da minha folha de pagamento para fazer essa “poupança” forçada disfarçada de capitalização da previdência. Não acho justo ter que abrir mão de boa parte do meu salário para que bancos privados usem e abusem dele.
Também, não acho justo cortar, sonegar e subtrair direitos em nome de uma economia de 1 trilhão de reais! Para onde vai esse dinheiro economizado? Para a Saúde? Para a Educação ou para o rentismo que suga a sociedade através da maldita dívida pública que arranca quase 60% de tudo que a sociedade brasileira produz? Lembrem-se que no ano passado passou uma Emenda à Constituição que que “congela” os gastos nestas áreas por 20 anos!!!
Outrossim, também não é lógico fazer uma previdência que transfere dinheiro da sociedade para fazer lastro financeiro justamente para instituições que mais devem para a Previdência, ou seja, que mais devem para a sociedade!
Ninguém aqui é um “Paulo Guedes da vida” que pode pegar seu jato particular e vazar fora caso as coisas fiquem insustentáveis.
Por isso, dia 14 próximo estarei nessa greve. Não porque eu não goste do atual governo, mas porque essa reforma é realmente nefasta: os números foram escondidos, não se está debatendo a matéria com profundidade.
É fato que a mídia aprova essa nefasta reforma, pois ela precisa arrecadar e vender horário de propaganda e quem paga por essa propaganda é o mercado. O mercado se resume a ITAÚ, SANTANDER, BRADESCO , que administrarão o seu benefício!
Interessante é notar que são justamente esses os maiores responsáveis pelo “rombo na previdência” por não recolherem as contribuições devidas!
Também é interessante perceber que são essas instituições que costumam não perdoar seus devedores e ainda aplicam juros extorsivos, enfraquecendo capital de giro de muitas empresas em geral.
Sabemos que a escolha de onde cortar é feita de modo político e estoura sempre do lado mais fraco, aquele que não tem representação. É mais fácil condenar muitos à fome na velhice, ao trabalhar sem descanso até morrer do que cobrar aqueles que há muito devem à previdência, ou fazer reforma tributária, ou até acabar com a remuneração da sobra de caixa dos bancos.
Ser indiferente à forma que está sendo apresentada a reforma da previdência evidencia que não se interessou sobre o assunto com a seriedade que o tema merece. Os grandes cargos público muito pouco serão afetados. As consequências é uma tragédia anunciada para nós e nossos filhos. Gerações futuras terão que dar parte do seu trabalho mensalmente por quarenta anos ao rentismo, gerando magnatas financeiros e enquanto da outra ponta mais geração de pobreza, miséria e violência.
Não à “autonomia” do banco central e à remuneração da sobra de caixa dos bancos
Em resumo, o momento é crítico! A proposta dos magnatas do sistema financeiro é empobrecer a sociedade, a qual terá menos renda, menos dinheiro e se quiser um carro novo, no máximo que vai conseguir comprar é um carro 1.4 ou 1.6 a juros compostos de 14,4% ao ano, para que os magnatas simplesmente peguem nosso dinheiro para comprar Ferrari, Lamborghini, mansões, bebidas caras. Tudo isso às custas do suor do trabalho alheio e não da tão falada meritocracia!
A demonstração de força da sociedade se faz em poucos momentos, sendo estes aqueles em que ela protesta em uníssono. Aquele que para para lutar pelos seus direitos se torna digno deles.
Um grande abraço
Muito bem colega!
Bom não ficarmos indiferentes, deixar as coisas passarem, ficarmos paralisados. Depois para reverter a situação não será nada fácil (…).
Pelo jeito querem nos dar na velhice apenas recurso para comprar uma ração alimentar, nada mais
( tal qual o salário mínimo…). Muitos idosos precisam continuar trabalhando para dar conta das demandas de suas famílias, não conseguem sustentar a própria velhice com um salário mínimo (…). Contudo ainda querem piorar ainda mais…
Andréia/Palhoça