Não está fácil viver neste tempo. Nós reconhecemos o cenário de perdas, de acúmulo de atividades, de medo, de solidão. Nós entendemos e também sentimos. Ninguém aqui está imune às dores, ao cansaço.
Entendemos também que às vezes ficar lá no cantinho, criar um mundinho próprio pode parecer um bálsamo. Mas não é. Porque o projeto de empobrecimento da classe trabalhadora, da classe à qual nós pertencemos, está a todo vapor e ele já nos atingiu, independente de vontade.
Fora a inflação, e a diminuição do nosso poder de compra, a destruição dos equipamentos do Estado pode nos levar a contextos de perder um parente ou um amigo sem plano de saúde na fila de um hospital, ou de testemunhar nossos filhos e netos sem acesso de qualidade à universidade. Nós somos atingidos por este contexto e talvez daqui uns poucos anos, entraremos com ação judicial para garantir medicamento de R$800, que o SUS não tem para oferecer e que a gente não pode pagar.
Oitocentos reais é o valor de desconto que muitos servidores aposentados vão ter devido a Reforma da Previdência.
Nós precisamos ter consciência deste panorama, para entendermos qual a nossa pauta de reivindicações frente ao TJSC e aquilo que nós não podemos mais aceitar.
Nós não podemos cair nesta cilada de dizer que nós somos privilegiados por ter direito a descanso e alguma segurança de não sermos descartado da noite para o dia.
Nós não podemos comprar este discurso patrocinado por instituições como a FIESC que, enquanto aponta o dedo, esconde embaixo do tapete suas dívidas com o Estado e isenções bilionárias.
Por isso, não podemos ter constrangimento. A nossa pauta tem que ser por salário: reposição inflacionária e ganho real. Garantia de rendimento para todos.
Editorial muito bom.
É inacreditável que ainda falemos em Estado Democrático de Direito, quando o único direito que nos resta é o “direito de não ter direitos”.
O direito à reposição inflacionária não precisaria nem ser matéria positivada na Constituição. Não deveríamos nem ter que lutar por isso, mas a desgraça é tanta que somos instigados a COMBATER com energia pela manutenção desse direito.
Os trabalhadores não podem aceitar as “elucubrações e passes de mágica jurídicos” na interpretação da LC 173/20, que são postos pelo TJSC e TCESC, acerca da reposição dos salários. Quando os salários não são reajustados, a inflação os rouba dia-a-dia. Não podemos admitir o “juridiquês” rasteiro e mal intencionado naquilo que é objeto de nosso sustento.
Que os trabalhadores do serviço público, especialmente do Judiciário, levantem a cabeça e, organizados coletivamente, EXIJAM o que de fato e de direito é seu!
NETO E SINJUSC. SEMPRE PROCURAMOS UNIR A CATEGORIA EM TODOS ESTES ANOS E NÃO CONSEGUIMOS. COLEGAS QUÊ NÃO ACREDITAM NO TRABALHO DO SINJUSC EM PROL DE TODOS. ENTÃO CHEGAMOS A ESTA SITUAÇÃO. E AGORA O QUÊ FAZER. SÓ A FÉ E A ESPERANÇA NOS SOCORRE..