As duas últimas manifestações do TJSC sobre o retorno das atividades presenciais e sobre o orçamento/contingenciamento estão corretas.
Sobre a saúde, em matéria publicada no dia 19/08/2020 a Administração do TJSC revelou, a partir da Diretoria de Saúde, que para um retorno seguro à atividade presencial “é necessária a redução dos números por no mínimo três semanas. São quatro os índices que devem ter um acompanhamento especial. A médica explicou que são necessários a diminuição de novos casos por semana, a redução de mortes por semana, a queda na taxa de transmissão e o encolhimento da porcentagem de ocupação dos leitos de UTI por pacientes da Covid-19”.
A fala foi feita na reunião do Comitê Interinstitucional realizada em 18/08/20. Veja aqui.
Em 21/07/2020, com base em estudo realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina, o SINJUSC já havia publicado matéria apresentando proposta de diretrizes básicas para o retorno das atividades presenciais. Posteriormente, estas informações foram juntadas ao SEI n. 0021830-85.2020.8.24.0710:
A ideia era que saíssemos da lógica da postergação das datas e entrássemos numa análise de cenários, o que evitaria um clima de apreensão e sentimento de ansiedade por parte dos trabalhadores sempre que as datas previstas para o retorno estivessem se aproximando. Figurando-se o cenário estipulado (Cenário Macro 2), poderia ser iniciado o retorno gradual:
CENÁRIO MACRO 2
- Número de casos diários no Estado diminuindo sucessivamente durante os últimos 15 dias;
- Número de óbitos diários no Estado diminuindo sucessivamente durante os últimos 15 dias;
- Ocupação de leitos de UTI no SUS < 60%
Status: Retorno de 30%
Aqui está a íntegra da matéria
O cenário fixado pela Diretoria de Saúde do TJSC para o retorno gradual é até mais rígido do que aquele utilizado pelo SINJUSC. Enquanto há um mês atrás nós sugerimos 15 dias de diminuição nos casos e nos óbitos, o TJSC o fixou em 3 semanas – ampliação de prazo com a qual concordamos. Neste caso, como pode ser facilmente percebido, os encaminhamentos feitos pela Administração do TJSC vão ao encontro das indicações e sugestões feitas pelo SINJUSC e isso nos acalma, porque mais do que disputar “a razão”, o objetivo do SINJUSC é garantir a segurança e bem-estar dos trabalhadores.
Em relação à parte financeira e orçamentária, na última quinta-feira foram apresentados no programa “A Palavra do Presidente” os dados econômicos do Estado. E, voilà, a crise não era do tamanho previsto. Sinceramente, não nos seria possível contar quantas vezes falamos sobre isso junto à Administração do TJSC. A seguir apresentamos os dois quadros para comparação.
Este é o quadro apresentado pelo TJSC em 20/08/2020:
Abaixo, segue o quadro apresentado pelo SINJUSC em 25/06/20, ou seja, há DOIS MESES. Inclusive, por isso, os dados contidos são até o mês de maio.
Os números apresentados pelo TJSC são iguais àqueles apresentados pelo SINJUSC em sua defesa pela manutenção dos direitos dos trabalhadores, uma vez que, até então, a Administração do TJSC argumentava os cortes com base no cenário pessimista.
Conforme destacado pela própria Administração do TJSC em 20/08/20 (última quinta-feira), a arrecadação no mês de julho já apresentou crescimento de 7,8%, um indicativo de que a realidade da arrecadação, felizmente, afasta-se cada vez mais das projeções do TJSC.
Como sinalizado acima, o maior interesse do SINJUSC neste momento não é ter a “razão”, mas garantir a segurança e os direitos dos trabalhadores. Por isso, nos tranquiliza perceber que nossas indicações feitas nos últimos meses eram razoáveis e puderam ser acolhidas pelo TJSC em benefício dos trabalhadores – mesmo que em nossos ofícios, reuniões e conversas extraoficiais tenhamos recebido uma “chuva” de negativas e indeferimentos.
A recente celeuma da “greve pela vida” seguiu o mesmo caminho. Servidores contaminados trabalhando presencialmente em Fóruns que, em tese estavam fechados e, por isso sem protocolos de limpeza específicos. Os trabalhadores buscaram o SINJUSC e o SINJUSC buscou a Administração do TJSC. Nossa demanda foi recebida, como tantas outras vezes, com menosprezo – ou como registrado esta semana em um e-mail, como sendo “a crítica pela crítica”. Dias depois, saiu um Ofício-circular e um vídeo pedindo que as pessoas não fossem aos Fóruns. Os encaminhamentos não foram comunicados ao SINJUSC e a direção do Sindicato tomou conhecimento sobre eles dias depois de ter publicado a matéria que serviu como base para a publicação da NSC. Se soubéssemos antes sobre a atuação do TJSC a matéria teria outro tom, provavelmente de reconhecimento.
Agora nós perguntamos, sem qualquer resposta, frente aos pedidos de ajuda dos servidores e tendo duas mortes para contabilizar (da servidora de Lages e de seu esposo), qual deveria ser a postura do SINJUSC? Apagar a luz e ir dormir?
A Administração do TJSC vem repetindo que está aberta ao diálogo, mas o faz sem qualquer tipo de alteridade, olhando de cima para baixo, indeferindo formalmente todas as solicitações do SINJUSC mesmo que acate na prática muitas de nossas demandas e sugestões. Isso não é diálogo.
A reunião que estava marcada para o dia 20/08/2020 foi desmarcada. O SINJUSC está aberto para um diálogo com alteridade, principalmente porque ainda estamos em meio a uma crise sanitária e é um dever tanto do SINJUSC, quanto do TJSC, atuar na garantia da segurança e do bem-estar dos trabalhadores e de todos aqueles que precisam dos serviços do PJSC.
P.S.: Todas estas informações de cenários para retorno das atividades presenciais estão nos processos administrativos correspondentes.
Sou contrário ao retorno as atividades
Bom trabalho do sindicato. Temos que ficar de olho nos dados econômicos do Estado, pois pelo que tudo leva a crer somente os salários dos servidores ficarão congelados e defasados. Ministros, desembargadores, procuradores, entre outros, já estão vendendo férias e licenças para melhorar seus salários, e acumulando promoções para receber em breve. E nós???