Trabalhadores concursados e adequadamente remunerados possibilita alcançar êxito no exercício das funções em qualquer área do serviço público. Essa lógica, infelizmente, é distorcida por grande parte dos “gestores” dos órgãos públicos, sejam eles Governadores, Prefeitos, Presidentes das casas Legislativas ou no próprio Judiciário. A forma de acesso aos cargos e a remuneração são pontos importantes para quem ingressa no serviço público e também para a sociedade. Ingresso e salário são temas de um Plano de Cargos e Salários (PCS).
Um PCS fala essencialmente de remuneração e da forma de provimento dos cargos. Ou seja, vai ao encontro do apresentado pelo presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina na nota publicada no site da entidade na sexta-feira, 23/02, em que o desembargador Rodrigo Collaço menciona que uma ação que tramitou no judiciário teve êxito pois “as pessoas envolvidas na investigação são concursadas e bem remuneradas”.
Não temos dúvida sobre o acesso aos cargos públicos deve ser feito através de concursos públicos, e que a remuneração dos trabalhadores públicos deve ser adequada ao desempenho de suas atividades. O judiciário catarinense já extrapola em muito o número de cargos comissionados. São milhares de trabalhadores que adentram aos quadros do judiciário sem passar por concurso público, apenas por “indicação” ou por “apadrinhamento”.
O Tribunal de Justiça quer criar mais algumas centenas de cargos para serem ocupados por quem não fez concurso, contrariando exatamente o fator que leva algumas partes do judiciário a terem “êxito”, ou seja, ser “concursado e bem remunerado”.
Confira a repercussão na imprensa da proposta de criação de mais cargos comissionados para o TJSC