Como tratar juízes que emprestam senhas de sistemas eletrônicos?

Parece que não teve repercussão em nenhum Tribunal de Justiça do País o afastamento de um juiz que emprestava senhas de uso exclusivo da magistratura para que trabalhadores do fórum acessassem o banco de dados e processos e realizassem atividades de magistrado. O caso ocorreu no Poder Judiciário de São Paulo e o órgão Especial daquela corte entendeu que o juiz violou deveres da magistratura. O juiz será julgado.

O fato de parecer que não há repercussão não quer dizer que coisas semelhantes não ocorram em qualquer lugar do País. O acúmulo de atividades sobre todos os trabalhadores, inclusive os juízes, e a pressão cada vez maior para alcançar metas com um número insuficiente de pessoas também podem provocar desvios como o ocorrido em São Paulo: o juiz transfere sua autoridade para um subordinado, emprestando senhas e permitindo que realize atividades próprias suas.

A única exposição de um fato grave como o ocorrido em São Paulo deve preocupar muito a sociedade. Até porque comentários sobre casos muito parecidos circulam há muito tempo em corredores de prédios do judiciário. O que todos esperam é que o Poder Judiciário cumpra a missão de atender o povo. Para tanto, uma questão é que haja trabalhadores, e entre eles os juízes, em número suficiente.

O caso do juiz que emprestava sua senha a oficial de justiça somente foi descoberto porque a Corregedoria, em uma investigação, constatou o desvio de R$ 10 milhões de processos de aposentados.

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