“As doenças no judiciário têm relação com desigualdade de classes”

De acordo com levantamento divulgado conjuntamente pelo Ministério Público do Trabalho e Organização Internacional do Trabalho, se somarmos de 2012 a 2016, o trabalhador brasileiro perdeu mais de 250 milhões de dias de trabalho.

Esta realidade nacional não foge da catarinense, principalmente no Poder Judiciário, contando com números crescentes de afastamentos e problemas de saúde que afetam o cotidiano nas comarcas. Os dados de 2008, por exemplo, afirmam que naquela época haviam 4.631 trabalhadores no Poder Judiciário aptos na avaliação da Junta Médica, sendo que 118 apresentaram depressão, com afastamento de 8.108 dias. A depressão era mais frequente na sequinte ordem de funções: Técnico Judiciário Auxiliar (46), Agente de Serviços Gerais (21), Oficial de Justiça (14), Assistente Social (7). Já a ansiedade afastou naquela época 55 trabalhadores por 2.901 dias para tratamento. Por fim, 176 trabalhadores do judiciáro catarinense foram afastados em 2008 por 11.317 dias para tratamento de DORT.

Na edição 29 do Podcast Informativo do SINJUSC, conversamos com o Doutor em Saúde Pública pela Universidade Estadual de São Paulo, Herval Pina Ribeiro. Ele é um exímio especialista na saúde ocupacional no trabalho de diversos sindicatos do judiciário pelo país. Considera-se um pesquisador nato, com grande satisfação no que faz.

Ele alerta que, no judiciário catarinense, os afastamentos por motivos de saúde vão além da LER e DORT (Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao trabalho), são questões de expressões abusivas do poder de classe e hierárquico nos fóruns das comarcas.

O Doutor e pesquisador ainda destaca que há anos o SINJUSC manteve uma rotina de estudos importantes sobre o caso, e é o único sindicato do país com um acervo tão rico de pesquisas em questões ocupacionais no trabalho do judiciário. Confira também no Podcast seu novo livro que será lançado em breve, com apoio do SINJUSC.

 

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