Algodão doce e a reforma da Previdência

Um homem vendia algodão doce no acesso ao portão ‘A’ do Terminal de Integração do Centro (Ticen) em Florianópolis por volta das 17h da terça-feira, 05/12. Naquela mesma hora, trabalhadores abriam o cerco aos acessos dos ônibus aos estacionamentos internos, de embarque e desembarque de passageiros.

Durante uma hora, ninguém usou transporte coletivo na capital de Santa Catarina saindo do Ticen. Desde as 16h, manifestantes ocupavam entradas do Terminal e uma pequena parte do vão central da Avenida Paulo Fontes, entre o Terminal Central e o Mercado Público.

O idoso com o algodão doce caminhava de um lado a outro com passos bem curtos e lentamente. Ele só parou para olhar a manifestação alguns instantes. Outros trabalhadores, pequenos empresários, autônomos, intermitentes, desempregados, todos muito apressados, só queriam chegar aos ônibus.

Enquanto o velhinho do algodão doce manquitolava com o seu produto exposto para venda sob um calor de 30 °C e turbilhões começavam a entrar e sair do Ticen, movimentos sociais e de trabalhadores se manifestavam em um alto-falante.

O som do alto-falante alertava as pessoas que passavam correndo sobre os efeitos danosos da “reforma” da Previdência, como a contribuição por 40 anos para se aposentar com a média dos salários recebidos e a não-contagem de tempo de serviço para aposentadoria por trabalhadores intermitentes que recebem menos que um salário mínimo, entre muitos outros mais. A reforma tramita no Congresso Nacional. Assim que for colocada em votação, Centrais Sindicais e movimentos sociais devem convocar uma greve nacional geral. Se não for por você, na próxima vez lute pelo velhinho que vende algodão doce no Ticen.

 

 

 

 

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