Na última sexta-feira (09/04), a Direção do SINJUSC esteve novamente em reunião com a Administração do Tribunal reforçando o Direito à privacidade no uso do novo sistema de atendimento, o balcão virtual. A direção também apontou vários problemas na implementação da nova ferramenta, que se soma a várias que o servidores devem gestar todos os dias.
O SINJUSC defendeu a continuidade dos debates para melhoramento do uso da ferramenta e também pagamento de alguma gratificação que cubra os custos do home office.
O SINJUSC tem sido enfático sobre as novas mudanças no trabalho e da necessidade de debate entre os agentes envolvidos. O objetivo é construir um ambiente laboral adequado e baseado em uma gestão coletiva. No entanto, o que se observa, com o avanço do trabalho remoto, é que os servidores estão compulsoriamente assumindo novos deveres, sem que o TJSC considere qualquer contrapartida e intenção de novos direitos.
Sobrecarga x responsabilidades
No caso do balcão virtual, por exemplo, a responsabilidade por uma conexão adequada e de qualidade, acrescido de uma bom dispositivo móvel para atender as chamadas, ficam sob responsabilidade exclusivamente do servidor. Também há falhas no processamento desse sistema, não há aviso sonoro quando alguém entra em contato, nem informações claras e objetivas ao usuário sobre listas de espera e prioridade nas chamadas.
Isso dificulta o atendimento, uma vez que o servidor não pode e nem deve monitorar o celular de minuto em minuto, porque o Tribunal ainda cobra metas diárias, além da verificação do e-mail, telefone, whatsapp, E-proc e central de atendimento.
Essa ingerência no sistema, que é responsabilidade do Tribunal, também recai sobre o servidor, porque a população e/ou advogados quando não são atendidos ou existe demora no atendimento, absorvem a narrativa de que o servidor é “preguiçoso”.
O novo sistema também alerta para a sobrecarga dos servidores que estão com mais essa responsabilidade, como o caso dos chefes de cartório. E também para o uso inadequado do ambiente privado para atendimento público.
A reunião foi finalizada com o apontamento do SINJUSC de que os servidores nunca deixaram de trabalhar durante a pandemia, pelo contrário, a produção (pauta notórias em matérias do TJSC) aumentou muito. No entanto, ineficaz é o suporte do Tribunal com os servidores que estão em home office. Isso precisa ser discutido e negociado.
Transformações no mundo do trabalho
Importante alertar à categoria que o balcão virtual não será o último recurso tecnológico que o TJSC implementará; muitas outras mudanças virão e modificarão a dinâmica do trabalho. O assunto foi alertado no Congresso: “O futuro do judiciário”, promovido pelo SINJUSC em 2017. Por isso, não basta se posicionar contra ou pedir que o serviço seja suspenso. É preciso DI-Á-LO-GO entre os servidores e o Tribunal. E é o que o SINJUSC segue fazendo, porque Sindicato é para lutar!
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Companheiros, o TJSC atendeu parcialmente o problema:
“(…) A nova ferramenta, disponível na página eletrônica do TJSC, simula o atendimento presencial com uma transmissão por videoconferência (…) A novidade é que a ferramenta ganhou um sinal sonoro” (https://www.tjsc.jus.br/web/imprensa/-/com-sinal-sonoro-balcao-virtual-avanca-para-comarcas-de-sao-jose-criciuma-e-chapeco?inheritRedirect=true&redirect=%2F).
É caso de diálogo com quem não quer diálogo?
Que diálogo é possível quando quando o patrão passa com rolo compressor sobre o trabalhador?
Petição, telefone, e-mail, Central de Atendimento Eletrônico e Balcão Virtual e outros que ainda virão. Quantos canais são necessários para conversar com o Judiciário que não quer ouvir? Já se disse que há muitos cargos vagos para provimento, não é mesmo?!
Companheiros, GREVE!